terça-feira, 12 de junho de 2012

O MENINO GRAPIÚNA

JORGE AMADO - O MENINO GRAPIÚNA - Obra de leitura obrigatória para o 2º ano do E.  Médio


Jorge Amado - o menino grapiúna
                "Na região grapiúna não havia lugar para vagabundos, o trabalho era duro, a luta sem tréguas. Conheci e tratei com aventureiros de todas as condições: vinham no rastro do cacau em busca de dinheiro fácil, usavam os títulos mais diversos, na esperança de enrolarem os ingênuos  coronéis. Mas os coronéis do cacau não eram tão ingênuos assim, manobravam os baralhos de pôquer com a mesma segurança que manejavam os revólveres, os parabéluns. Vários desses aventureiros deixaram a vida nos cabarés de Ilhéus e Itabuna, nas casas de jogo de Agua Preta e Pirangi. Outros se ajustaram aos costumes da região, os pés presos ao mel do cacau, rasgaram a mata e plantaram fazenda. 
                            Já entre jagunços, aventureiros, jogadores, o menino crescia e aprendia. Aprendeu a ler antes de ir a escola, nas páginas do jornal a tarde nos anos de pontal. Aprendeu as regras do pôquer, sentado atrás do seu tio Alvaro amado, no Hotal Coelho, acompanhando as partidas, advinhando o jogo de cada parceiro. enganar os demais fazia parte das regras do pôquer."
                               Nascido em Itabuna, Jorge Amado (1912 a 2001) é um dos grandes nomes da Literatura Brasileira do século XX. Eleito deputado pelo partido comunista em 1946, foi membro da academia brasileira de letras desde 196l e teve seus livros traduzidos para dezenas de línguas e adaptados para o cinema, o teatro e a televisão.